terça-feira, 21 de junho de 2016





                        O SISTEMA RESPIRATÓRIO HUMANO



 
A Naturologia é a ciência que estuda as terapias naturais e sua eficiência nos  seres humanos, buscando olhar a humanidade de maneira mais integrada, observando como o homem interage com o mundo onde ele vive, e como isso reflete na saúde do seu corpo, tendo a prevenção e a manutenção da saúde como metas principais e também visando ajudar nos processos de cura. Através de técnicas simples e não invasivas a Naturologia pode trazer bem estar, consciência e saúde (ARAÚJO, 2008).
Através de uma técnica totalmente natural podemos melhorar a nossa saúde: respirar corretamente. Respirar significa viver. Nós podemos viver alguns dias sem comer ou sem beber, porém apenas alguns minutos sem respirar são suficientes para nos levar à morte podemos afirmar convictamente que um grande número de pessoas não respira corretamente e isto, pode ser um dos motivos de sua precária saúde. Pode-se dizer, sem exagerar e sem medo, que aprender a respirar é aprender a viver melhor
 

SISTEMA RESPIRATÓRIO HUMANO
A função da respiração é essencial à manutenção da vida e pode ser definida, de um modo simplificado, como uma troca de gases entre as células do organismo e a atmosfera. A respiração é um processo bastante simples nas formas de vida unicelulares, como as bactérias, por exemplo. Nos seres humanos, depende da função de um sistema complexo, o sistema respiratório (GUYTON,1996).
Embora viva imerso em gases, o organismo humano precisa de mecanismos especiais do sistema respiratório, para isolar o oxigênio do ar e difundi-lo no sangue e, ao mesmo tempo, remover o dióxido de carbono do sangue para eliminação na atmosfera. Para expandir os pulmões é necessário um mínimo de esforço, que ocorre naturalmente, na atividade da respiração. A maior ou menor capacidade de expansão pulmonar é conhecida como complacência. Quando a capacidade de expandir está diminuída, diz-se que o pulmão tem a complacência reduzida, ou, em outras palavras, um pulmão se expande com mais dificuldade. As condições que destroem o tecido pulmonar produzem fibrose ou edema, ou que impeçam a expansão e retração pulmonar tendem a diminuir a complacência (GUYTON,1996).
A respiração correta seria aquela que utiliza toda a capacidade dos pulmões, a chamada respiração abdominal. A respiração abdominal permite a maior expansão torácica. O diafragma se contrai, puxando as costelas para as laterais e abaixando os músculos abdominais. O maior volume e a menor pressão interna da cavidade pulmonar aumentam a absorção de ar e trocas gasosas (KUPFER, 2007).
As funções primárias da respiração são:
1. Trocas de gases entre a atmosfera e o sangue;
2. Regulação homeostática do pH corporal;
3. Proteção contra substâncias irritantes e patógenos inalados;
4. Vocalização.
Além destas funções, o sistema respiratório também é uma fonte de perda significativa de água e de calor do corpo. Estas perdas devem ser equilibradas usando compensações homeostáticas (SILVERTHORN, 2003).
A respiração pode se subdividida em quatro processos integrados:
 A troca de ar entre a atmosfera e os pulmões. Este processo é conhecido como ventilação, ou respiração. A inspiração é o movimento do ar para dentro dos pulmões. A expiração é o movimento do ar para fora
dos pulmões.
 A troca de oxigênio e dióxido de carbono entre o pulmão e o sangue.
 O transporte de oxigênio e dióxido de carbono pelo sangue.
 As trocas de gases entre o sangue e as células (SILVERTHORN, 2003).
A respiração exige o funcionamento coordenado dos sistemas respiratórias ecardiovascular. O sistema respiratório é composto por estruturas envolvidas na ventilação e na troca de gases que consistem de:
Sistema de condução de passagem, ou vias aéreas que ligam o ambiente externo à superfície de troca nos pulmões.
 Alvéolos, que são a superfície de troca dos pulmões, onde o oxigênio e o dióxido de carbono são transferidos entre o ar e o sangue.
 Ossos e músculos do tórax que auxiliam a ventilação (SILVA, 2007).
 Os níveis de gás carbônico exercem influência mais marcante sobre o controle da respiração e, quando começam a baixar, levam à ativação de um centro nervoso no bulbo, chamado centro expiratório, responsável pelo comando que induz à expiração. Uma vez que o excesso de gás carbônico vai sendo eliminado pela expiração, o centro inspiratório é estimulado pelas baixas concentrações de oxigênio e comanda a inspiração subsequente (SILVA, 2007).
 Volumes e capacidades pulmonares
A ventilação pulmonar pode ser medida pela determinação dos volumes de ar
existente nos pulmões, em diferentes circunstâncias. O estudo das alterações nos volumes pulmonares é feito pela espirometria. Para avaliar a ventilação consideram-se os seguintes volumes pulmonares: volume corrente, volume de reserva inspiratório, volume de reserva expiratório e o volume residual.
Volume corrente (VC) é o volume de ar inspirado ou expirado em cada
respiração normal. Corresponde a aproximadamente 500 ml em um adulto médio, do sexo masculino (GUYTON,1996).
Volume de reserva inspiratório (VRI) é o volume extra de ar que pode ser inspirado, além do volume corrente normal, durante a inspiração máxima forçada.
Corresponde a cerca de 3.000 ml. Isto significa que durante um período de respiração tranquila, se produzirmos uma inspiração máxima, chamada “suspiro”, podemos inspirar um volume adicional de 3 litros de ar (GUYTON,1996).
Volume de reserva expiratório (VRE) é a quantidade de ar que ainda pode ser expirada, por uma expiração forçada, após o final da expiração corrente normal. Este volume é de cerca de 1.100 ml (GUYTON,1996).
Volume residual (VR) é o volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração forçada. Este volume é em média de 1.200 ml. As combinações de dois ou mais volumes são chamadas de capacidades pulmonares. As principais capacidades pulmonares são: capacidade inspiratória, capacidade residual funcional, capacidade vital e a capacidade pulmonar total (GUYTON,1996).
Capacidade inspiratória é a quantidade de ar que pode ser inspirado, quando a inspiração começa ao nível expiratório normal e distende os pulmões ao máximo.
Equivale a cerca de 3.500 ml e corresponde à soma do volume corrente e do volume de reserva inspiratória (GUYTON,1996).
Capacidade residual funcional é a quantidade de ar que permanece nos pulmões ao final de uma expiração normal. Equivale a cerca de 2.300 ml e corresponde à soma do volume de reserva expiratório com o volume residual (GUYTON,1996).
Capacidade vital é a quantidade máxima de ar que um indivíduo pode expelir dos pulmões após uma inspiração máxima, seguida de uma expiração máxima.
Equivale a cerca de 4.600 ml e corresponde à soma do volume de reserva inspiratório com o volume de reserva expiratório (GUYTON,1996).
Capacidade pulmonar total é o volume máximo com o qual os pulmões podemse expandir com o maior esforço inspiratório possível. Corresponde a cerca de 5.800 ml (GUYTON,1996).
Os volumes e as capacidades pulmonares são cerca de20 a 25% menores no sexo feminino e são maiores nos indivíduos de maior porte físico e nos atletas. A ventilação pulmonar é realizada quase totalmente pelos músculos da inspiração. Ao relaxar os músculos inspiratórios, as propriedades elásticas dos pulmões e do tórax fazem com que os pulmões se retraiam passivamente.
Quando os músculos inspiratórios se acham totalmente relaxados, os pulmões retornam a um estado de relaxamento denominado nível expiratório de repouso. O volume de ar nos pulmões, neste nível, é igual à capacidade residual funcional, cerca de 2.300 ml no adulto jovem (GUYTON,1996).
O volume residual representa o ar que não pode ser removido dos pulmões,mesmo através de uma expiração forçada. É importante porque mantém ar dentro dos alvéolos, que por sua vez fazem a aeração do sangue nos intervalos das respirações. Não fosse o ar residual, a concentração de dióxido de carbono no sangue aumentaria e cairia muito em cada respiraçãoe certamente seria desvantajoso para o processo respiratório (GUYTON,1996).
O volume-minuto respiratório é a quantidade total de ar novo que entra nas vias respiratórias a cada minuto e equivale ao produto do volume corrente pela frequência respiratória. O volume corrente normal éde cerca de 500 ml e a frequência respiratória normal é de 12 respirações por minuto. Portanto, o volume-minuto respiratório é, em média, de 6 litros por minuto, e pode ser aumentado, pelo aumento da frequência respiratória ou do volume corrente, conforme as necessidades do indivíduo (GUYTON,1996).
 
 Esta possibilidade de controlar a respiração é o que torna a respiração um instrumento tão valioso para praticantes de Yoga. É comum que praticantes razoavelmente treinados respirem uma vez por minuto durante um longo período. Nestas condições constataram em um praticante, uma tolerância muito maior à hipercapnia (altas concentrações de gás carbônico) e a hipoxia (baixas concentrações de oxigênio). Assim, a própria resposta à estimulação de quimioceptores é condicionada pelo treinamento (SILVA, 2007).
 Os centros controladores da respiração estão ligados a vias nervosas que inervam os músculos respiratórios, pois estes são o motor da respiração. Graças ao papel dos músculos inspiratórios, a caixa torácica é expandida e o ar pode entrar nos pulmões. O relaxamento destes mesmos músculos leva à retração da caixa torácica e à expiração. Assim em condições normais a inspiração é um processo ativo e a expiração é passiva, mas em condições especiais, quando se procura trabalhar com expirações prolongadas ou forçadas, como em algumas técnicas de Yoga, outros músculos podem atuar, sendo assim chamados de expiratórios. Os principais músculos respiratórios, de uma forma geral são:
Inspiratórios: Diafragma (expande o tórax inferiormente), intercostais externos (expandem o tórax medianamente), e escalenos (expandem o tórax superiormente).
Expiratórios: intercostais internos (retraem o tórax medianamente), abdominais(retraem o tórax inferiormente).
Quando se trabalha a respiração baixa, é o esforço diafragmático que proporciona a inspiração, quando se trabalha com a respiração média, o esforço dos intercostais é mais importante e quando se trabalha a respiração alta os escalenos passam a ter um papel inspiratório mais importante (SILVA, 2007).

                                          CONCLUSÃO
Em conclusão, a quantidade de respirações abdominais de 5, 10 e 20 demonstraram que ocorreram alterações na variabilidade do sistema cardiovascular através da aferição da PA (pressão arterial) e FC (frequência cardíaca). Sendo assim sugerimos a utilização da prática de respirações abdominais pela Naturologia, no CIS (Centro Integrado de Saúde), em consultórios particulares, Spas ou em qualquer outro local e situação em que tenha a necessidade do indivíduo de diminuir sua PA ou FC, por ser uma prática sem custos e de fácil execução.


BIBLIOGRAFIA
ACARYA, Avadhutika Anandamitra. Yoga para a saúde integral. São Paulo: Ananda Marga Publicações, 2003.
ARAÚJO, Dr. Manuel Afonso de. Naturopatia: O poder curativo da natureza. Espanha: Publicaciones Digitales, 2008.
BAPTISTA, Makilim Nunes; CAMPOS, Dinael Corrêa de. Metodologias de Pesquisa em Ciências. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
BIDERMAN, Iara. Como respirar melhor. Folha de São Paulo: Caderno Saúde,
São Paulo, 21 maio 2009, p. 6-9).
DEVANANDA, Swami Vishnu. The Sivananda Companion to Yoga. Nova Iorque: Simon & Schuster, 2000.
DIRETRIZES e normas para apresentação de trabalhos acadêmicos, dissertações e teses. Universidade Anhembi Morumbi: NBR 14724/2002. 2. ed. São Paulo: Ed. Anhembi Morumbi, 2007.
ELIAS, Marcos Teixeira. Sobre a arte de respirar bem. Curitiba: Centro Reichiano, 2007. Disponível em: <www.centroreichiano.com.br/artigos.htm>. Acesso em: 09 mar. 2010.



Sistematizado por: Cândida Neusa Camati
Estudante de pedagogia no ISCED- BENGUELA
EMAIL: neusacamatipedagogia2013@gmail.com

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